sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Sente a maresia

Por falar em orla carioca, os bares e restaurantes praianos merecem um post à parte. Restaurantes árabes, chineses, italianos, fora os que se intitulam internacionais, disputam cada centímetro de pedra portuguesa.

"Temos comida espanhola, lusitana, francesa, veneziana e, claro, brasileira", vende-se com atochado sotaque espanhol, Henrique Abellera Rivas, sócio do Mabs, campeão em variedade no cardápio. O Arab faz seu próprio pão pita quentinho, na hora, a gosto do freguês. O Chinese Palace é o único lugar na cidade em que você decerto se sentirá desarticulado por não falar chinês.

Vamos ao mapa gastronômico da orla:

Casa dos artistas

Ao chegar, os clientes do La Fiorentina são recebidos por Ary Barroso - em bronze. Nas pilastras que sustentam a construção de pé direito alto, registros de personalidades como Nara Leão, Dercy Gonçalves, Roberto Menescal e Ariano Suassuna. Detalhistas vão demorar para conseguir pedir o prato na casa famosa por receber artistas e intelectuais nos anos 60, 70 e 80. Até hoje, porém, é possível sentir a presença da turma. No cardápio (imitando um jornal, com anúncio de peças em cartaz), há pratos como o camarão ao catupiry chamado Gloria Perez. "Por que ela gosta, ué!", diz o gerente José Pereira.

Av. Atlântica, 458-A, Leme
Tel.: 2543-8395

Italianíssimo

Humberto Vegetti veio da impessoal Milão, aos 25 anos, trazendo a verdadeira culinária italiana para o calor de Copacabana. Para ele, a maior parte dos retaurantes não segue as receitas típicas. No Da Brambini,a massa é caseira e os ingredientes importados de sua terra natal. Apesar de não abrir mão do sabor italiano, Vegetti não troca o Rio por nada. Ele é casado com uma brasileira e só vai à Itália para visitar a família. "Adoro o carnaval, o sol e o jeito carioca. Milão é uma porcaria".
Av.Atlântica, 514-B, Leme.
Tel.: 2275-4346

Mais de 100 pratos

Tem rã, coelho, cordeiro, pato e o que mais o freguês imaginar. O Mabs, nome composto pela letra inicial do nome dos quatro espanhóis sócios da casa, oferece 100 pratos no cardápio, fora entradas, pizzas, sanduíches, sobremesas e até café da manhã. Nem eles sabiam que eram tantos. No fim, os carros-chefes da casa são mesmo o cozido e a feijoada.
Av. Atlântica, 1140, Copacabana.
Tel.: 2275-7299
Negócio da China

"Não tem comida boa no Rio de Janeiro". A afirmação vem da China. Ou quase. O oriental Paulo Huang, há 30 anos no Brasil, completa: "Comida boa aqui, só mesmo no meu restaulante. Eu sou muito bom cozinheilo". A amostra está no Chinese Palace.
Av. Atlântica, 1212-A, Copacabana.
Tel.: 2265-0145

Pita Quente

Basta entrar no Arab e o freguês já sente o cheiro de pão árabe saindo do forno no fundo do salão. O lugar chama atenção também pela decoração com tapetes, castiçais, narguilês e dezenas de objetos garimpados e trazidos pela proprietária Vivian Arab. O sobrenome (real) significa "povos de lugares inóspios", diz ela. No menu estão as receitas que vêm de família, uma mistura de sírios e libaneses.
Av. Atlântica, 1935, Copacabana.
Tel.: 2235-6698

Sesta sagrada

Comer no Don Camillo significa apreciar sabores desenvolvidos a partir dos ensinamentos que o chef José Matias da Silva recebeu do mestre Angelo Neroni, fundador da casa. Mas nada de passar pelo restaurante entre as 15h e 17h se quiser comer pratos feitos diretamente das mãos do craque. A sesta é sagrada para o homem que também comandou os fogões do Satyricon, em Ipanema. Por isso, descansa no local de trabalho, aproveitando o quentinho do lugar.
Av. Atlântica, 3056, Copacabana.
Tel.: 2549-9958

O cult

O bar e restaurante Atlântico faz parte do roteiro de gente como o stylist Felipe Veloso e da princesa Paola de Orleans e Bragança - aquele tipo de gente descolada, sabe?
Av. Atlântica, 3880, Copacabana.
Tel.: 2513-2485

Hype para o mar

O Azul Marinho é badalado, mas reservado. Lá, a taça de champanhe vai até a areia se o cliente quiser. Como reúne características tão conraditórias? Da mesma forma que tem um ambiente elegante e praiano, com um ar de... fazenda!
Rua Francisco Bering, sem número, Arpoador.
Tel.: 2513-5014

4 em 1

O Marina tem três restaurantes com perfis distintos, todos virados para o mar. E mais um, na moita, para poucos e bons.
  •  No Bar da Praia, o clima é casual e o aroma, de maresia, faz sucesso há 10 anos na varanda do Marina Palace.  
  • OVizta é um restaurante sofisticado no segundo andar, também do Marina Palace. Sem exageros na conta. "Queremos que as pessas possam tomar vinho a um preço justo e experimentem uma gastronomia contemporânea e exclusiva", explica o chef executivo Felipe Bronze.
  • Os drinks roubam a cena no Bar D'Hôtel, restaurante cool do Marina All Suites. Cada estação tem novidades. 
Av. Delfim Moreira, 630 e 696, Leblon. 
Tel.: 2172-1000

Pra frente Brasil

O chorinho, pedido tantas vezes por clientes, veio por fim com o fechamento do tradicionalíssimo Caneco 70, no Leblon, em 2006. No lugar do bar que festejava o tricampeonato mundial da seleção de Pelé e companhia surgiu um prédio. O edifício enterrou na boemia de um dos cantinhos mais gostosos da cidade. E que ninguém esquece.
Av. Delfim Moreira, 1026.

Nenhum comentário:

Postar um comentário