Turma recebe instrução, em Itaguaí |
Tudo começa em sala de aula, quando os alunos aprendem técnicas de primeiros socorros, como montar abrigos, realizar nós e amarrações, identificar animais peçonhentos e coletar água da chuva, sempre dispondo de poucos recursos. Depois, chega a hora de abrir mão de banho, conforto e das oito horas diárias de sono e partir para a parte prática do curso.
A maioria dos participantes tende a ser formada por profissionais da área de saúde, como médicos, enfermeiros e professores de educação física, além de militares, mas não é exclusiva a eles. O curso oferecido pela Cruz Vermelha recebeu, por exemplo, um mecânico de embarcações e uma jornalista (esta que vos fala).
Ao chegar ao local do acampamento, os primeiros desafios foram erguer seu próprio abrigo, usando apenas corda, lona e pedaços de madeira, construir uma latrina e preparar fogueiras. Vítimas fictícias precisavam ser resgatadas a qualquer hora do dia ou da noite, com ferimentos graves e em locais de difícil acesso. Os melhores amigos dos alunos passaram a ser bússolas, lanternas, facões e, principalmente para as mulheres, lencinhos umedecidos.
Para a técnica em enfermagem, Luana Azevedo Brito, a experiência foi boa e resultou em novos aprendizados. O momento mais difícil, na opinião dela, foi acordar no meio da noite, momentos depois de pegar no sono pela primeira vez no acampamento, para socorrer uma vítima fictícia:
— Foi diferente do que eu esperava, porque agregou mais conhecimento do que esforço físico. Com esse curso, pretendo me qualificar para deixar de trabalhar em hospitais e passar a atuar em resgate em ambulância.
— O resultado desta primeira edição foi muito positivo. Os alunos demonstraram muita vontade de aprender e superar seus próprios limites. Todos toparam participar de todas as atividades — comentou o instrutor Emerson de Freitas Pereira.
No balanço de Douglas de Souza Oliveira, instrutor do curso e coordenador do Departamento de Socorro e Desastres da Cruz Vermelha, a primeira edição se mostrou bastante promissora. Ele já pensa em lançar um módulo avançado para os próximos meses:
— Uma pessoa costuma levar pelo menos 24 horas para se adaptar a uma situação adversa como aquelas, mas nem deu tempo para isso, porque estávamos nos movimentando todo o tempo. Mesmo assim, o grupo se saiu muito bem.
O próximo curso acontece nos dias 15 e 16 de setembro (módulo teórico na filial da Cruz Vermelha) e 22 e 23 de setembro (módulo prático na Reserva de Itaguaí). Transporte, alimentação e as acomodações estão inclusas no valor do curso, de R$ 260. O valor pode ser parcelado em duas vezes de R$ 140 ou três vezes de R$ 100. Para se inscrever no curso é preciso entrar em contato com a Cruz Vermelha pelo telefone 2508-9090 ou pelo e-mail informacoes@cruzvermelharj.org.