quarta-feira, 25 de julho de 2012

Frio, fome e cansaço. É uma aula de sobrevivência


Turma recebe instrução, em Itaguaí
 Frio, fome e cansaço. Esses foram apenas alguns dos limites testados pelos alunos que participaram da primeira edição do curso “Resgate em Situações Adversas”, oferecido pela Cruz Vermelha do Rio de Janeiro nos dois fins de semana passados. Um grupo de 30 alunos, com idades entre 17 e 40 anos, partiu para uma área de Mata Atlântica, em Itaguaí, disposto a participar de um verdadeiro teste de sobrevivência e atrás, principalmente, de técnicas para salvar vidas. A próxima edição do curso, aberto também para não voluntários, acontece em setembro.

Tudo começa em sala de aula, quando os alunos aprendem técnicas de primeiros socorros, como montar abrigos, realizar nós e amarrações, identificar animais peçonhentos e coletar água da chuva, sempre dispondo de poucos recursos. Depois, chega a hora de abrir mão de banho, conforto e das oito horas diárias de sono e partir para a parte prática do curso.

A maioria dos participantes tende a ser formada por profissionais da área de saúde, como médicos, enfermeiros e professores de educação física, além de militares, mas não é exclusiva a eles. O curso oferecido pela Cruz Vermelha recebeu, por exemplo, um mecânico de embarcações e uma jornalista (esta que vos fala).

Ao chegar ao local do acampamento, os primeiros desafios foram erguer seu próprio abrigo, usando apenas corda, lona e pedaços de madeira, construir uma latrina e preparar fogueiras. Vítimas fictícias precisavam ser resgatadas a qualquer hora do dia ou da noite, com ferimentos graves e em locais de difícil acesso. Os melhores amigos dos alunos passaram a ser bússolas, lanternas, facões e, principalmente para as mulheres, lencinhos umedecidos.

Para a técnica em enfermagem, Luana Azevedo Brito, a experiência foi boa e resultou em novos aprendizados. O momento mais difícil, na opinião dela, foi acordar no meio da noite, momentos depois de pegar no sono pela primeira vez no acampamento, para socorrer uma vítima fictícia:

— Foi diferente do que eu esperava, porque agregou mais conhecimento do que esforço físico. Com esse curso, pretendo me qualificar para deixar de trabalhar em hospitais e passar a atuar em resgate em ambulância.

— O resultado desta primeira edição foi muito positivo. Os alunos demonstraram muita vontade de aprender e superar seus próprios limites. Todos toparam participar de todas as atividades — comentou o instrutor Emerson de Freitas Pereira.

No balanço de Douglas de Souza Oliveira, instrutor do curso e coordenador do Departamento de Socorro e Desastres da Cruz Vermelha, a primeira edição se mostrou bastante promissora. Ele já pensa em lançar um módulo avançado para os próximos meses:

— Uma pessoa costuma levar pelo menos 24 horas para se adaptar a uma situação adversa como aquelas, mas nem deu tempo para isso, porque estávamos nos movimentando todo o tempo. Mesmo assim, o grupo se saiu muito bem.

O próximo curso acontece nos dias 15 e 16 de setembro (módulo teórico na filial da Cruz Vermelha) e 22 e 23 de setembro (módulo prático na Reserva de Itaguaí). Transporte, alimentação e as acomodações estão inclusas no valor do curso, de R$ 260. O valor pode ser parcelado em duas vezes de R$ 140 ou três vezes de R$ 100. Para se inscrever no curso é preciso entrar em contato com a Cruz Vermelha pelo telefone 2508-9090 ou pelo e-mail informacoes@cruzvermelharj.org.

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