sábado, 16 de junho de 2012

Festas tão estranhas quanto boas


Ônibus transporta festa de 15 anos
 Nem só de boates e casas de festa vive a noite carioca. Parte do agito passa bem longe desses redutos tradicionais e, justamente pelo inusitado, vem fazendo sucesso com públicos diversos. Tem muita gente, por exemplo, enxergando num ônibus muito mais do que um meio de transporte e numa balsa que circula pela Lagoa de Marapendi não só uma forma de chegar à Praia da Barra. Os hostels da cidade também se tornaram ponto de encontro dos jovens mais antenados e avessos aos “inferninhos”.

Quem embarca na Bus Party não se arrepende, garante o idealizador do negócio, Maurício Somlo, de 23 anos. Ao ver um ônibus em festa pelas ruas de Las Vegas, nos Estados Unidos, Maurício teve a ideia de lançar algo semelhante no Brasil.

— Comecei a operar em 2010, em São Paulo, onde já tenho dois ônibus disponíveis para festas. Em novembro passado cheguei ao Rio, oferecendo um veículo. Faço desde festas de adolescentes a eventos empresariais. Há ainda quem queira o serviço para levar a turma a algum evento, garantindo o clima festivo já no trajeto — contou Maurício.

O ônibus embala até 40 pessoas, ao preço de R$ 750 por duas horas, de segunda a sexta-feira, e de R$ 950 por três horas, nos fins de semana. O serviço inclui água e refrigerantes. A 15km/h, a festa ambulante não costuma passar despercebida. Quando a viu passando pelo Leme, o comerciante Augusto Ferreira teve certeza de que ali seria o aniversário do seu filho, João Pedro:

— Marcamos um ponto de encontro para os amigos embarcarem no ônibus e depois passamos em frente ao colégio deles. Por ser diferente, todos ficaram cheios de expectativas em relação à comemoração.

Com Rebecca Braga, que comemorou seu 13 verão a bordo da Bus Party, não foi diferente.

— Estudo no Colégio Cruzeiro e, lá, ninguém nunca tinha ouvido falar sobre esse ônibus. Carros até diminuíam de velocidade para tentar ver o que estava acontecendo ali dentro. Não dá nem para sentir que o ônibus está andando, a não ser porque a paisagem vai mudando — contou a adolescente.

Outra novidade circula pelas águas da Lagoa de Marapendi: o Ecolounge. Uma balsa como as que fazem travessias entre condomínios e a Praia da Barra e da Reserva foi decorada para abrigar, exclusivamente, festas. A embarcação comporta entre 40 e 60 pessoas, e o pacote, com água, refrigerantes e comida incluídos, custa a partir de R$ 3.500. A festa dura quatro horas e conta com barco de apoio para buscar convidados em terra.

Sócia em duas casas de festa, Valéria Peixoto lançou a novidade há dois meses com a irmã e um amigo, que já operava uma balsa de travessia.

— Clientes perguntavam se não havia um lugar para fazer uma festa com um número menor de convidados e mais privacidade — contou Valéria.

Já se a ideia é pagar ingresso e entrar numa festa aberta ao público, os hostels têm sido uma opção. Para conseguir um espaço no quintal da Casa Alto Lapa Santa, em Santa Teresa, é preciso chegar cedo. Depois de superlotar o local por algumas vezes, o dono Marcos Itamar decidiu limitar o público em 200 pessoas. A casa conta com dois apartamentos com espaço para oito hóspedes cada um.

— Comecei a fazer a festa porque sou fumante e sentia falta de um lugar aberto. Deu certo. A ideia é ser alternativo, com som sempre instrumental — contou Marcos.

O ingresso custa a partir de R$ 25. Juliana Almeida, designer, de 30 anos, não costuma perder as festas por lá. Quando se cansa de dançar, se encosta na mureta e admira a vista da Lapa, com a Catedral ao fundo:

— O clima de boate cansa. Aqui o clima é outro. As pessoas batem papo e o som é sempre bom.

O Copa Hostel, em plena Avenida Nossa Senhora de Copacabana, já deixa claro em seu site que o lugar é agitado. Às quartas-feiras, a noite é de danças latinas, com direito a aulas com professor e cerveja liberada das 22h à meia-noite. O ingresso custa R$ 20 para homens e R$ 12, mulheres.

— Costumam vir muitos turistas e estudantes de intercâmbio — contou Luiz Geraldo Santos, gerente-geral do albergue.

Nenhum comentário:

Postar um comentário